Comum em muitas
empresas, o ‘disse-me-disse’ pode prejudicar a produtividade e a carreira,
afirmam consultoras.
Por
Rômulo Martins
Se você já foi vítima de fofoca no trabalho ou teve
de conviver em um ambiente recheado de murmurinhos saberá do que estou falando.
É de supor que não tenha sido nem um pouco confortável. “A fofoca torna
horroroso o clima organizacional”, dispara Irene Azevedo, diretora de negócios
da DBM Brasil e professora da Brazilian Business School.
Aparentemente genuíno e despretensioso, o disse-me-disse no
universo corporativo pode tomar proporções gigantescas. Pesquisa realizada pela
Robert Half, empresa de recrutamento especializado, revelou que 60% dos
executivos consideram a fofoca a principal razão do estresse no trabalho.
“Quando a fofoca impera com maior intensidade e
frequência é sinal de que a comunicação da empresa não está fluindo nada bem”,
diz Vera Martins, diretora da Assertiva Consultores e autora de “Seja
Assertivo” e “Tenha Calma”, publicados pela editora Campus.
Outras causas
Segundo as consultoras entrevistadas pelo Empregos.com.br a
fofoca é inerente ao ser humano, todavia alguns fatores contribuem para o seu
aparecimento e fôlego no ambiente empresarial. São eles:
- Estilo de gestão centralizada que usa um sistema
de comunicação de via única. Ocorre quando a informação desce na pirâmide
hierárquica como ordem, não existindo o retorno do receptor (profissional);
- Falta de transparência na comunicação. Assim a
informação não flui livremente, de forma aberta e honesta;
- Maior estímulo à competição e menos à colaboração
e reciprocidade, o que gera falta de confiança e desrespeito entre os
colaboradores;
- Clima ameaçador ou no qual os profissionais não
se sentem à vontade;
- Profissionais não são envolvidos nas decisões do
seu trabalho ou lideranças não conseguem montar uma equipe comprometida;
- Profissional inveja a performance do colega de
trabalho por não ter a mesma empatia e visibilidade diante da equipe e
superiores.
Consequências
Vera Martins, da Assertiva Consultores, afirma que
relações interpessoais permeadas por fofocas são marcadas por um clima de
incertezas. “Fatalmente contaminará o foco do que é realmente importante para o
profissional e para a empresa.”
A fofoca torna ainda o profissional desmotivado e
interfere na produtividade de toda a equipe. “O fofoqueiro perde o foco no
trabalho e deixa de construir boas redes de contato. Ou seja: prejudica o
próprio desenvolvimento profissional”, ressalta Irene Azevedo, da Brazilian
Business School.
Imunize-se
Ao ser abordado por um fofoqueiro a orientação é agir com firmeza sem perder a compostura. “Não se envolva. Corte o assunto; diga que a história não lhe diz respeito”, recomenda Irene.
Ao ser abordado por um fofoqueiro a orientação é agir com firmeza sem perder a compostura. “Não se envolva. Corte o assunto; diga que a história não lhe diz respeito”, recomenda Irene.
Vera sugere submeter o boato a três peneiras: a
peneira da verdade, bondade e necessidade (nessa ordem). Ou seja: se o assunto
não for verdadeiro e se você não gostaria que
dissesse o mesmo a seu respeito não há necessidade de passá-lo
adiante. “Evite completamente dar margens a determinados comentários que em
nada acrescentam valor ao seu desenvolvimento.”
Se o alvo da fofoca for você, assuma uma postura
madura e construtiva, aconselha Vera. “Primeiro o profissional deve avaliar o
impacto da fofoca e concluir se vale a pena ou não confrontar o fofoqueiro. Se
a sua imagem estiver sendo prejudicada, aja e faça um confronto de forma firme
e incisiva. E não se esqueça de apontar as conseqüências, caso tal
comportamento perdure.”
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