Pelo menos 2.2 mil pessoas ficaram desabrigadas em Brasileia
pela cheia do Rio Acre, que inundou praticamente toda área urbana da cidade. O
desespero começa a tomar conta da população, que sofrem com a falta de comida,
energia e abrigos. Populares relatam a situação de penúria que estão passando
sem ter acesso aos serviços básicos de saúde, saneamento e segurança.
Além de todas as privações, os moradores ainda precisam se
preocupar com “os piratas da alagação”, que saqueiam as residências atingidas
pelas águas do Rio Acre. Desesperado, o prefeito do município, Everaldo Gomes
(PMDB), criticou o governo do Acre e as autoridades federais pela falta de
suporte que, segundo ele, Brasileia estaria passando sem nenhuma ajuda
concreta.
“Pelo amor de Deus, ajudem Brasileia”, disse o peemedebista
durante uma reunião com os deputados estaduais, na tarde de terça-feira (24),
no Centro Cultural do município, um dos poucos lugares que ainda não foram
tomados pela maior cheia de todos os tempos, registrada na região do Alto Acre.
Gomes afirma que sua prefeitura não disponibiliza mais de recurso socorrer os
desabrigados.
Nos abrigos improvisados e superlotados, populares reclamam da
falta de alimentos, energia e material de limpeza. A ajuda que está chegando
aos desabrigados são doações de empresários e da Assembleia Legislativa do Acre
(Aleac), através do programa Aleac Solidária, que destinou cinco toneladas de
produtos da cesta básica, limpeza e água mineral.
Os serviços de saúde também estão prejudicados em Brasileia. O
Hospital Raimundo Chaar foi inundado, obrigando o município encaminhar os
pacientes para Xapuri. A população também não disponibiliza de nenhum tipo de
atendimento nos órgãos públicos estaduais e municipais, serviços bancários,
telefonia e internet, deixando Brasileia isolada do resto do Estado.
As previsões não são animadoras para o município. Os
comerciantes afirmam que estão sendo executados judicialmente por dívidas
acarretadas ainda pela cheia de 2012. O presidente da Associação Comercial,
Joaquim Lira disse que o governo do Acre prometeu anistia para alguns casos e
parcelamento das dívidas, mas não cumpriu com o acordo firmado com os
empresários.
Com os problemas se acumulando, o prefeito de Brasileia,
Everaldo Gomes, vive um verdadeiro inferno. Com repasses do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), sendo sequestrado para pagamentos de dívidas
trabalhistas com a União, o gestor precisa fazer malabarismo para atender as
demandas com os parcos recursos que ainda fazem parte da receita municipal.
Ray Melo, Ac24Horas
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