Tanto a pobreza quanto a extrema pobreza têm
registrado importantes quedas no Brasil. No período 2004-2013, a pobreza caiu
de 20 por cento para pouco mais de 9 por cento da população. A extrema pobreza
caiu de cerca de 7 por cento para 4 por cento no mesmo período. Grande parte
desse declínio deveu-se à expansão do mercado de trabalho e a significativos
aumentos nas transferências para os pobres, tanto pela segurança social quanto
por meio do Programa Bolsa Família (PBF).
Esses são dados do “Atlas da Extrema Pobreza
no Norte e no Nordeste do Brasil em 2010”, lançado esta semana pelo Centro
Internacional de Políticas para Crescimento Inclusivo (IPC-IG) do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
(IPEA). O documento identifica os municípios dessas regiões com maior
concentração de pessoas residentes em domicílios com renda mensal per capita de
até 70 reais em 2010.
Infelizmente, esse progresso, que foi forte
até2010, estagnou. Entre 2012 e 2013, a extrema pobreza aumentou ligeiramente e
a pobreza ficou estável. O mercado de trabalho está se deteriorando
rapidamente, e a situação fiscal passou de relativamente favorável para muito
preocupante. Esse dado indica que as duas forças principais por trás da redução
da pobreza – o mercado de trabalho e as transferências para os pobres são
incapazes de manter o mesmo ritmo que tiveram na última década, aponta o relatório.
No Acre, onde a redução também foi acentuada,
os dez municípios que congregam a maior taxa de pessoas em extrema pobreza são,
pela ordem, Santa rosa do Purus, Jordão, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo,
Feijó, Porto Walter, Tarauacá, Assis Brasil, Mâncio Lima e Manoel Urbano.
Em Santa Rosa, mais de 80% das famílias se
encontra nessa situação de pobreza acentuada, enquanto em Jordão essa faixa
alcança de 60% a 80% dos moradores nas áreas urbanas e rurais.
Considerando-se apenas a população em áreas rurais
agrícolas, Assis Brasil também supera os 80% de miseráveis. No estado inteiro,
o relatório aponta que 225 mil pessoas eram consideradas pobres quando de sua
elaboração e 131.085 viviam na categoria de pobreza extrema. Nas áreas urbanas
eram cerca de 75 mil pessoas nessa situação, o que representam cerca de9%
da população.
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