20 de maio de 2012

Literatura e Politica - Hugo Brito



Quando em Vidas Secas Graciliano Ramos apresenta Fabiano e a sua peregrina família diante de sua trágica relação com a terra, produz no imaginário do leitor a relação entre esse homem Fabiano e outras dezenas de centenas de brasileiros que foram amordaçados pelos podres poderes.

Daí entender que o nome Fabiano foi mesmo bem escolhido, Fabiano do latim quer dizer: a fava que cresce; ou o feijão que cresce. Olha que audácia do destino: No império romano feijões eram utilizados para votar, um feijão branco significava um sim, um feijão negro, um não. Que poder tinha então o feijão? Nenhum. Ele apenas era escolhido segundo opção de quem estava no poder. Manipulado e vazio de existência política era o feijão. A sorte do feijão estava somente em ser lançado no chão. E, se a terra o ajudasse, ele poderia crescer.

Será que nos dias atuais o contexto político e social é diferente?

Hugo Brito

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