31 de outubro de 2014

JORDÃO: ‘Praga na mandioca’ ameaça abastecimento de farinha e outros derivados

Kezio Araújo, do Blog Fala Jordão – falajordao@gmail.com
Os produtores rurais do Jordão, município localizado no interior do Acre, estão preocupados com uma praga que está acabando com as plantações de mandioca na região.
A praga já se espalhou por várias plantações nas comunidades rurais vizinhas, o que traz ameaça de crise no abastecimento da farinha de mandioca, um dos produtos mais consumidos na mesa da população local.
"As lagartas estão devorando tudo", alerta produtor rural (Foto: Kezio Araújo/ Blog Fala Jordão)
O produtor rural Raimundo Nonato, popularmente conhecido por “Fanti”, da comunidade São Luiz destacou que há mais de dez anos não se enfrentava uma praga deste nível de agressividade.
“Essa foi a praga mais forte que já vi. As lagartas tão se espalhando e devorando tudo, desde as folhas até o ‘olho’ das manivas. Os pés de macaxeira secam e as batatas apodrecem”, disse Fanti afirmando que a praga devora uma plantação em até três dias.
SEAPROF GARANTE APOIO PARA ELIMINAR PRAGA
Nossa redação levou os fatos ao conhecimento da  gerência local da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (SEAPROF) que declarou total apoio aos produtores rurais, no que se diz respeito à eliminação da praga.
"Estaremos encaminhando um técnico para realizar os procedimentos necessários", garante gerente local da SEAPROF.
“Já fizemos o contato com SEAPROF na capital e repassamos os detalhes dos fatos apresentados. Por meio das informações identificamos previamente que trata-se de um ‘ataque severo de mandarová’, cuja praga faz o desfolhamento da roça, ocasionando a perda da plantação”, disse Pedro Freire, Gerente local da SEAPROF.
O gerente afirmou ainda que estará recebendo na próxima semana os produtos químicos adequados ao combate da praga. “Devemos manter a calma. Assim que os produtos chegarem estaremos encaminhando um técnico para realizar os procedimentos necessários”, destacou.
SAIBA MAIS SOBRE A PRAGA
O mandarová da mandioca é considerado uma das pragas mais importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. Este inseto ocorre somente nas Américas, onde tem desfolhado grandes plantios de mandioca. O mandarová da mandioca pode ocorrer em qualquer época do ano, mas em geral ocorre no início da estação chuvosa ou da seca, entretanto, é uma praga de ocorrência esporádica, podendo demorar até vários anos antes de surgir um novo ataque.
No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à coloração, confundindo-se com a folha. Quando completamente desenvolvidas, a coloração das lagartas é o mais variado possível, havendo exemplares de cor verde, castanho-escura, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanho-escura. A lagarta passa por cinco estádios que duram aproximadamente de 12 a 15 dias, período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área é consumida no quinto ínstar.
A prática da aração da área para novos plantios contribui entre outras vantagens, no enterrio profundo de algumas pupas, enquanto outras ficam na superfície do solo expostas aos raios solares e aos inimigos naturais. 

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