Jairo Carioca – da redação de
ac24horas
A confusão em torno da eleição do SINTEAC continua na manhã de
hoje (30) na sede do SINTEAC, em Rio Branco. Desde que foi decretada encerrada
a apuração, por volta das 8h08, na quadra do Colégio Acreano, que começaram a
aparecer urnas com votos não contabilizados.
Uma das urnas,
de nº 51, da Escola Iracema Gomes, foi entregue na sala da Comissão Eleitoral
por volta das 10 horas desta sexta-feira, no momento em que a candidata que
supostamente venceu a eleição, Rosana Nascimento, concedia entrevista coletiva.
A urna de nº 79 também está na mesa da Comissão Eleitoral.
O corre-corre
foi grande. O presidente da Comissão Eleitoral, Augusto Rosas não quer dar
declarações à imprensa enquanto não se reunir com os candidatos. Uma reunião
com a Comissão Eleitoral promete esquentar ainda mais o clima. Os candidatos
Waldir França, João Sandim e Justino de Queiroz já declararam que vão entrar
com mandado de segurança contra a posse de Rosana Nascimento e a impugnação de
todo o processo.
João Sandim
voltou a afirmar que existiram urnas que não bateram o número de votantes com o
número de assinaturas. Ele afirma que houve fraude e ainda “o uso da máquina
pública para tirar proveitos políticos”.
Em entrevista
coletiva, Rosana Nascimento afirma lisura no processo e já fale em reestruturação
do sindicato. “Os colegas estão se sentindo prejudicados não sei por que?”,
questiona Rosana.
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Depois de muita
confusão, bate-boca e de denúncias de fraudes, a sindicalista
Rosana Nascimento, da CUT, obteve a maior votação entre os seis candidatos que
disputavam a eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre
(SINTEAC). A sindicalista que obteve apoio do Palácio Rio Branco teve 1.978
votos. O segundo colocado foi o professor Raimundo Accioly [que tinha apoio do
PCdoB] com 1.617 votos. Veja abaixo a votação geral dos seis candidatos que
concorreram. Segundo Waldir França, um requerimento pedindo a nulidade do
processo será protocolado ainda hoje junto à Comissão Eleitoral. Uma urna da
escola José Sales, desapareceu.
PROCESSO
TUMULTUADO:
O processo de
apuração na capital foi tumultuado e cheio de denúncias de fraudes. Ontem à
noite, as primeiras urnas chegaram sem lacre à Quadra do Colégio Acreano [local
de apuração]. Por volta das 20 horas iniciou o bate-boca entre os candidatos,
fiscais e cabos eleitorais.
No meio da
confusão um menor entrou no recinto, pegou uma das urnas e tentou fugir com os
votos pulando uma das arquibancadas da quadra. A ação rápida de militares e dos
próprios fiscais envolvidos no processo evitou a tentativa de fuga com uma das
urnas. Mas o tumulto foi inevitável. Cédulas de votos foram perdidas no meio do
empurra-empurra. Jovens chegaram a ficar detidos no pátio do Colégio, mas foram
liberados pela Policia Militar.
Mas essa não
foi a única novidade. Taxistas, mototaxistas e até diretores de escolas não paravam
de chegar ao local de apuração sem o acompanhamento de nenhum fiscal, o que
aumentava ainda mais as suspeitas de fraudes.
APURAÇÃO
SUSPENSA EM RIO BRANCO:
Com a apuração na capital suspensa, a tensão era por conta da
divulgação dos resultados da eleição no interior do Estado. Enquanto a Comissão
Eleitoral se reunia no centro da Quadra, torcidas organizadas pelo PT e PCdoB
se dividiam na comemoração dos resultados da eleição nos municípios repassados
via telefone e redes sociais.
Na primeira
parcial divulgada por volta das 00h38 a candidata do Palácio Rio Branco, Rosana
Nascimento despontava na dianteira com 1.215 votos. Em segundo lugar estava o
candidato Raimundo Acciole, do PCdoB, com 1.185 votos.
O clima chegou
a ficar tenso novamente, quando o presidente da Comissão Eleitoral, professor
Augusto Rosas decidiu, mesmo com todos os indícios de fraudes, retomar a
contagem dos votos. Rosas alegou que de acordo o estatuto, a nulidade do
processo só poderia acontecer através de decisão em Assembleia Geral.
“A Comissão
decidiu por unanimidade deliberar por atender a verificação das urnas com
suspeitas de violação de lacre, mas proceder pela apuração com a fiscalização
dos candidatos, com o registro de cada irregularidade que por ventura venha
acontecer em cada urna”, decidiu Rosas.
Para Rosas,
não existiam provas de irregularidades. A decisão da Comissão contou com o
apoio único da candidata Rosana Nascimento que já tinha conhecimento dos
resultados da eleição no interior – em que ela assumia a dianteira do processo.
O atual presidente do sindicato, João Sandim, foi o primeiro a se pronunciar
contra a continuidade da apuração. Ele chamou de indecente o trabalho da
Comissão Eleitoral. “Não vou compactuar com essa indecência!”, exclamou.
Outras
denúncias começaram a ser disparadas contra a Comissão. Waldir França chegou a
dizer que todos os membros eram tendenciosos. “Nós já sabemos o resultado dessa
eleição pela forma como ela foi conduzida. Um ato desonesto e vergonhoso”
desabafou.
Outra
candidata, a professora Toinha, pediu a Comissão que adiasse a apuração para a
manhã seguinte. Ela alegou falta de segurança para a continuidade do processo,
se referindo aos tumultos já acontecidos. Nem mesmo o representante nacional da
CUT, Daniel Gaio, que veio ao Acre como observador da eleição, foi capaz de
mudar a decisão da Comissão Eleitoral.
Era meia noite
quando a apuração foi retomada. O resultado final foi divulgado às 8 horas da
manhã. A Comissão Eleitoral não se pronunciou com relação aos pedidos de
nulidade da eleição e nem com relação ao conjunto de provas produzidas a partir
da apuração que durou toda a madrugada.
Veja o
resultado final:
Rosana Nascimento – 1.978 votos
Raimundo Accioly – 1.617 votos
Raimundo Justino – 901 votos
João Sandim – 880 votos
Waldir França – 884 votos.
Toinha – 488 votos
Raimundo Accioly – 1.617 votos
Raimundo Justino – 901 votos
João Sandim – 880 votos
Waldir França – 884 votos.
Toinha – 488 votos
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