A
deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) levou ao conhecimento da Cúpula da Rio+20
a saraivada de multas aos pequenos agricultores da Amazônia, em mais uma
crítica à metodologia adotada pelos órgãos ambientais do país. “Não adianta
dizer que eles não podem queimar para comer se o sistema político brasileiro
não lhes dá outra alternativa”, afirmou a deputada durante audiência publica da
comissão mista de mudanças climáticas na RIO+20.
“São
povos importantes para o desenvolvimento sustentável, mas que continuam sendo
tratados como clandestinos. Ou garantimos mais financiamento para a produção de
alimentos ou o conceito de economia verde se perderá no discurso. Eles, lá em
suas culturas e regiões, não entendem por que nós, aqui, fazemos tantas
reuniões, tantos seminários, e a coisa não anda”, completou a parlamentar
acreana, presidenta da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da
Câmara dos Deputados.
Perpétua
Almeida já comunicou a situação à Presidência Nacional do Ibama, á qual chegou
a pedir a substituição do gestor do órgão no Vale do Juruá, região que
concentra maior número de pequenos agricultores ‘açoitados” em multas que
superam até mesmo o valor de suas propriedades rurais.
“A
multa não resolve a preservação, mas marginaliza o produtor e impede que haja
desenvolvimento social e econômico. O Poder Publico deve fortalecer a política
do como fazer pela atrasada visão do não pode”, continuou. A deputada reafirmou
que os critérios utilizados para aferir o IDH discriminam municípios amazônicos
que preservam a natureza e possuem maior cobertura florestal.
“É
injusto comparar quem preserva com quem destrói. É um erro botar na mesma
balança aqueles que buscam sobrevivência com os que querem garantir o lucro.
São mundos diferentes, e nesse governo, creio eu, o mais necessitado continuará
recebendo mais cuidado”, disse ao citar como exemplo a cidade de Jordão, no
Acre, seu estado natal. O município possui o pior Índice de Desenvolvimento
Humano do país, embora seja detentor da uma das maiores coberturas florestais
da Amazônia Brasileira.
Perpétua
faz uma ação forte no Congresso Nacional para aprovar o projeto de sua autoria
que, em síntese, apresenta a seguinte justificativa: “quem mais protege a
floresta merece mais dinheiro na nova partilha do FPE, pois o pobre não deve
ser humilhado para pagar a conta dos ricos”.
Ao
final de sua fala, a deputada elogiou a comissão de mudanças climáticas pela
iniciativa da audiência. Porém, revelou, em nome das populações tradicionais,
que “os moradores da Amazônia não aguentam mais garantir a floresta em pé em
troca da miséria, por não terem incentivo para melhoramento da produção, sendo
obrigados a recorrer a ações ultrapassadas como a queima do roçado e coivaras.
Participaram
da audiência embaixadores, ministros, representantes do Itamarty, deputados e
senadores.
Da
Assessoria
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