O promotor de Defesa do
Consumidor do Ministério Público Estadual, Marco Aurélio, informou nesta
quinta-feira, 10, que a promotoria pedirá às polícias Federal e Civil e ao MP
em Curitiba (PR) que averigúem o funcionamento da Milennium, empresa com sede naquela
cidade.
O promotor disse que o
funcionamento da empresa ainda está sendo analisado. O que mais estranha é o
fato de a Milennium oferecer lucros acima do normal, o que por si só gera
suspeição.
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“É claro que todo negócio
deve ser analisado. Sempre a nós me parece muito suspeito ainda mais num
momento de crise como nós estamos vivendo no Brasil qualquer projeto que
prometa remunerações exorbitantes que chegam a ponto de 200% ao mês. Porque
sequer o dólar que está nessa alta chega a essa alta de 200% ao mês. São
negócios que já aparentam ser suspeitos pela sua própria natureza que podem se
transmudar na verdade como se fosse pirâmide financeira esquema Ponzi”,
afirmou.
O promotor, entretanto,
disse que não pode afirmar que a empresa seja uma pirâmide financeira.
“Eu seria leviano em
afirmar que ela (a Melennium) se desenha como uma pirâmide financeira sem
analisar o modelo de negócio jurídico dela, mas é claro que só o fato de ela
oferecer um modelo de remuneração tão vasta de aproximadamente 200% ao mês é
algo para chamar atenção. Não existe rentabilidade desse porte no mundo
financeiro. E assim como aconteceu em casos de outras pirâmides financeiras no
Brasil eram com rendimentos exorbitantes prometidos. O brasileiro, o acreano
tem que sempre quando se expor em remunerações grandes pensar de onde está
saindo esse dinheiro. Porque se eu tô te oferecendo 200% do lucro quanto é que
eu vou ter do lucro para eu mesmo cobrir essa despesa. Porque a
insustentabilidade de uma pirâmide começa aí, na base que sustenta o todo. A
partir do momento em que a base não consegue ficar maior que o patamar
seguinte, a pirâmide vai ruir. Cai todo mundo e quem ganhou é só quem ficou em
cima”, acrescentou.
Marco
Aurélio alertou, porém, que as pessoas devem desconfiar de negócios que
oferecem super lucros. Ele disse ainda que o fato de a empresa possuir um CNPJ
ou pagar impostos não dá a ela garantias de legalidade.
“Promessas
exorbitantes de lucro não entre, desconfie. O fato de uma empresa ter um CNPJ
não traz legalidade. Não é o fato de estar dizendo que recolhe tributos que
traz legalidade. É preciso ter atenção para saber qual o tipo de negócio.”
“Dinheiro
não cai do céu, dinheiro vem com trabalho, vem com esforço. E mesmo assim
trabalhando muito muitas das vezes não conseguimos nem 10% ou 20%. É preciso
ter cuidado com essas promessas de lucro de 200%. Nem banco tem essa
lucratividade”, concluiu.
Luciano Tavares,
Ac24Horas
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