A ex-prefeita de Bom Jardim (MA),
Lidiane Leite da Silva (sem partido), se apresentou na superintendência da
Polícia Federal em São Luís, no início da tarde desta segunda-feira (28). Ela
chegou ao local acompanhada de advogados e entrou pelos fundos do prédio. A prefeita
estava foragida havia 39 dias.
Lidiane deve prestar depoimento e
passar por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de São
Luís. Ela ficará detida na sede do Corpo de Bombeiros.
Ela é acusada de desviar recursos
destinados à merenda escolar, reforma e construção de escolas no município.
Após assumir o cargo, a prefeita costumava esbanjar bens e viagens.
Lidiane postava fotos de viagens,
festas, carros e roupas caras nas redes sociais e ainda desdenhava de quem
questionava seu poder aquisitivo. Em 2012, ela
declarou à Justiça Eleitoral que não possuía bens.
Lidiane foi cassada do
cargo no começo do mês, quando os vereadores realizaram sessão e
entenderam que a perda o cargo ocorreria porque a Lei Orgânica do município diz
que o prefeito não pode se afastar por mais de dez dias sem comunicar a Casa.
Histórico
Lidiane estava foragida desde o último
dia 20, quando a polícia deflagrou a operação Éden. Foram presos o ex-marido
dela e ex-secretário de Assuntos Políticos, o fazendeiro Humberto Dantas dos
Santos, e o ex-secretário de Agricultura Antônio Gomes da Silva.
Desde que assumiu o cargo, em 2013, a
prefeita de Bom Jardim respondeu a pelo menos oito ações civis na Justiça do
Maranhão. Uma delas resultou no afastamento da gestora, em dezembro de 2014,
devido ao descumprimento de ordens judiciais relativas à regularização das
aulas na educação infantil e fundamental, fornecimento de merenda e transporte
escolar, motivadas pelas ações ajuizadas pela promotoria de Justiça de Bom
Jardim.
O MP-MA (Ministério Público do
Maranhão) diz que os alunos das
escolas municipais eram dispensados mais cedo das aulas por falta de merenda.
Também há queixas de falta de transporte escolar.
Ao assumir o cargo, a prefeita
demitiu 300 professores. O MP prepara uma ação pedindo a interdição
judicial do município de Bom Jardim.
Outro lado
Em entrevista ao UOL, o ex-advogado da
prefeita, afirmou que ela tem recursos
próprios para justificar a vida de luxo que vive e negou que
ela tenha usado qualquer recurso público em benefício particular. Segundo ele,
o salário de R$ 12 mil da prefeitura, os bens deixados pelo ex-marido e um
"namorado rico" explicam a qualidade de vida da prefeita.
Carvalho disse ainda que a prefeita era
casada com "um homem bilionário" e, antes de assumir o cargo, já
andava em carros de luxos e tinha uma vida "confortável".
A defesa da prefeita afirmou ainda que
o mandado de prisão contra ela é "desnecessário" porque ela "não
atrapalhou as investigações".
Por Carlos
Madeiro. Colaboração para o UOL, em Maceió
Nenhum comentário:
Postar um comentário