Posto de gasolina do Centro de Rio Branco foi inundado pelas águas do rio, foto desta quarta-feira (4) (Foto: Caio Fulgêncio/G1) |
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) reconheceu nesta quarta-feira (4) o estado de calamidade pública por rito sumário para as cidades de Rio Branco e Brasileia. Com isso, as ações de resposta devem ser feitas com mais agilidade. A portaria será publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (5). O Ministério da Defesa prometeu nesta quarta ao governador Tião Viana o envio de mais de 300 homens do Exército Brasileiro para apoiar logisticamente a população durante a cheia histórica.
A capital acreana enfrenta o pior desastre natural da história. Às 18h desta quarta, o Rio Acre marcava 18,40 metros, de acordo com dados da Defesa Civil Estadual. São mais de 50 bairros atingidos, 9,2 mil pessoas desabrigadas e mais de 86 mil habitantes diretamente afetados.
De acordo com o governo do Acre, os militares vão somar os 350 homens do Exército que já trabalham na alagação. Também serão enviadas 30 embarcações provenientes de Humaitá (AM). Além dos municípios em calamidade pública, há outras três cidades acreanas em situação de emergência: Assis Brasil, Epitaciolância e Xapuri.
O reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública permite ao estado solicitar recursos da União para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução.
Pior desastre da história
No dia 1º de março, Rio Branco decretou estado de calamidade pública devido à cheia do Rio Acre. Desde então, o rio já alcançou mais de 50 bairros e desabriga 9,2 mil pessoas, até esta quarta. A cheia afeta diretamente mais de 86 mil habitantes.
Três pontes e seis ruas foram interditadas na região do Centro da cidade. Segundo a Eletrobras Distribuição Acre, 20.629 edificações tiveram a energia cortada. As aulas nas escolas públicas e particulares foram suspensas e o governo decretou ponto facultativo nas repartições públicas até sexta-feira (6).
Nesta quarta, a força da correnteza começou a ameaçar a Ponte Metálica e 8 caçambas carregadas com brita foram colocadas sobre a estrutura para dar estabilidade. A entrada do Terminal Urbano também foi inundada pelas águas.
O rio também invadiu a Estação de Tratamento de Água (ETA II), no bairro Sobral, e um plano foi montado pelo Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) para evitar que a água chegue ao sistema de captação. Se o rio atingir a cota de 18,50 metros, a estação terá que ser desligada.
Uma operação de guerra foi montada pelo governo estadual para dar suporte às milhares de famílias atingidas pela cheia. Quase 30 abrigos, entre públicos e comunitários, foram preparados para receber as vítimas.
Além da enchente histórica, uma forte chuva que atingiu Rio Branco nesta quarta-feira (4) alagou diversas ruas, transbordou o Canal da Maternidade e agravou ainda mais a situação da cidade. As avenidas Antônio da Rocha Viana, Getúlio Vargas e Ceará tiveram pontos completamente alagados, dificultando o trânsito na capital. O Terminal Urbano também foi coberto pelas águas.
Veriana Ribeiro
Do G1 AC
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