Um vídeo enviado à redação do ac24horas mostra uma triste cena protagonizada
em Santa Rosa do Purus, distante 300 quilômetros da capital do Acre, Rio
Branco, onde dois policiais trocam agressões verbais e físicas, de forma mutua,
com uma mulher e uma adolescente de 17 anos.
A reportagem entrevistou a mulher que aparece
no vídeo. Ela é Jucileine Silva de Melo, professora, 42 anos, casada e mãe de
três filhos. Ela relatou que na tarde de ontem, 11, dois policiais passavam
enfrente a sua residência quando decidiram parar e usando de palavras de baixo
calão mandaram seu filho parar de soltar ‘pepeta’, sob o argumento que a linha
estava muito próxima à fiação elétrica.
O problema, segundo ela,
não foi à ordem, mas, sim, a forma como foi dada, que somada à demora do filho
em baixar, pois a mesma estava muito alta, foi o bastante para dar início a
troca de ofensas, seguida de insultos e agressão.
A filha adolescente, de
17 anos, revoltada com a postura do policial se meteu e exigiu respeito, uma
vez que o irmão estava dentro do terreno de propriedade da família e não na
rua. Em meio à discussão, o policial teria se exaltado e sacado uma arma de
fogo de dentro do carro e apontado para menor diante de sua mãe, inclusive na
presença de duas crianças, uma de 2 e outra de 5 anos de idade, segundo relato
e depoimento constante no Boletim de Ocorrência.
“Foi uma coisa horrível,
quando demos conta tinha uma arma apontada pros meus filhos e netos. Na hora,
perdi o controle e acabei trocando ofensas e xingamentos também. Ele [policial
Jurciley] acabou me arrastando pelo braço, me bateu…nunca pensei passar por
algo assim. Estamos abalados, na hora minha filha tentou me defender e acabou
sendo agredida também dentro de nossa casa. Meus filhos agrediram eles, sim,
mas foi pra nós defender. E, no final, ele ainda usou splay de pimenta nos
nossos olhos, depois de termos sido agredida covardemente”, relatou.
No mesmo dia, a mãe
relata que compareceu acompanhada da filha até a Unidade Policial do município
para registro de Boletim de Ocorrência (B.O) e exigiram a realização do Exame
de Corpo de Delito.
“Ontem mesmo fui
registrar uma queixa. O Delegado está viajando e ainda tive que ouvir do agente
plantonista que o caso não ia adiante. Falou que ia encaminhar para Manuel
Urbano, mas que aqueles papéis num iam nem ser olhados pela juíza. Por isso,
decidi que vamos entrar com denúncia junto à Corregedoria de Polícia por
intimidação, invasão de domicilio e agressão”.
Comando Geral da PM garante que irá tomar medidas legais
A reportagem do ac24horas buscou contato com a
Unidade Prisional de Santa Rosa do Purus, mas ninguém quis falar sobre o caso.
Em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Segurança
Pública (Sesp), a reportagem recebeu a seguinte resposta:
“Ao tomar conhecimento do vídeo em questão o
comando-geral da Policia Militar do Acre, determinou abertura de procedimento
interno, apurar com isenção, os fatos. Cumpre esclarecer que a corregedoria da
PMAC, já esta de posse da gravação e do Boletim de Ocorrência e ao final do
apuratório tomará as medidas legais que o caso requer”.
Ângela Rodrigues, com colaboração de Sérgio Silva MeloFotos: Sergio Silva Melo
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