Aposentada do funcionalismo público, dona Maria
Conceição, de 51 anos, conhecida por todos como 'Loura Abreu', decidiu se
dedicar às receitas de doces e salgados como uma forma de distração e também
empreendimento. Natural de Tarauacá, distante 400 quilômetros de Rio Branco,
Loura resolveu apostar em um quibe típico da cidade onde nasceu, conhecido como
"quibe de bolinha". A massa do quibe é feita com arroz e o recheio de
carne, podendo ser também de sardinha. Por dia, a aposentada fatura R$120,
vendendo o quibe na própria varanda de casa, no bairro Tucumã.
O tradicional quibe de arroz também é feito pela aposentada (Foto: Tácita Muniz/G1) |
Ela conta que a versão desse quibe não é tão
conhecida na capital, mas quem provou tornou-se cliente fiel. Com uma massa
leve e sem o uso de óleo, Loura garante que a receita é 95% natural. “Eu
uso para fazer a massa, o arroz produzido em Tarauacá, porque
não gosto do daqui. E aí tem segredo que não posso contar, mas os temperos da
carne e no arroz fazem toda a diferença. A única gordura que ele tem é o azeite
doce, ele não é feito com óleo, o que faz com que muita gente goste”,
destaca.
Há cinco meses se dedicando às vendas dos salgados,
ela diz que existem dias que recebe encomenda de 30 quibes de bolinhas.
Inclusive, um dos seus clientes pede uma versão adaptada, ou seja, em vez da
carne, ele prefere sardinha. Ela garante que a receita é boa para quem gosta
dessa mistura.
Quibe é feito com arroz da região e carne moída (Foto: Tácita Muniz/G1) |
“Eu faço com sardinha, geralmente é um
cliente que sempre pede. Mas quando ele encomenda é de 20 unidades para cima.
Há dias que nem consigo trazer os quibes para vender, porque quando saem da
cozinha já estão todos encomendados”, diz.
A aposentada vende os quibes quatro vezes na
semana, no máximo; geralmente de terça a sexta-feira. A divulgação é feita
pelas redes sociais e também por aplicativos de celular. Grande parte dos
clientes de Loura, são conterrâneos que moram na capital. “O pessoal
de Tarauacá adora. Mas as pessoas de Rio Branco que
ainda não conheciam o quibe já estão gostando e criando o hábito de vir
comprar”,
garante.Sobre a receita, ela é relutante e, entre
risos, se nega a contar o segredo. O quibe, de formato redondo e com cebolas na
ornamentação, está fazendo sucesso e Loura se nega a dar esta receita, que diz
ter aprendido sozinha. “Eu comia esse quibe na época em que estudava
e aos poucos eu fui vendo e fazendo. Claro que acrescentei coisas a mais, para
dar aquela mudada e deixar uma marca registrada”, conta bem humorada.
Quibes são vendidos por R$ 1,50 (Foto: Tácita Muniz/G1) |
Loura também faz o tradicional quibe de arroz, já
conhecido nas cidades acreanas, mas defende que o seu é bem melhor, pois tem
uma massa mais molinha e sem muita concentração de óleo. O dinheiro das vendas
dos quibes ajuda nas despesas da casa, que divide com o filho e a nora. “Eles
fazem faculdade e eu aproveitei para ter uma renda a mais, ajudar também nas
despesas de casa. Porque eu já estava aposentada mesmo, então, pelo menos, é
algo que me distrai”, diz.
Os quibes são vendidos na sua casa, no bairro
Tucumã, em Rio Branco. Em uma estufa, ela deixa expostos os dois tipos de
quibe, o tradicional, vendido a R$ 2 e o típico de Tarauacá, que sai por R$
1,50. E nada de refrigerantes, o acompanhamento também é feito com suco
natural.
Tácita Muniz, do G1 AC
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