Nós lidamos com o dinheiro
constantemente, todos os dias as notas vão e vem, sendo adquiridas como fruto
de nosso trabalho e utilizadas na compra de bens, produtos e serviços. O
dinheiro é essencial para uma nação, sendo utilizado como meio de troca na
forma de moedas e notas, emitido e controlado pelo governo.
Esta mulher esteve presente em quase todos os dias
de nossas vidas e muitos de nós nem sabemos o que ela representa. Após
sucessivas trocas monetárias (réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado
novo) o Brasil adotou o Real em 01 de julho de 1994, junto a uma grande queda
nas taxas de inflação que trouxe uma estabilidade para o país.
A nossa moeda corrente foi implantada no mandato do
presidente Itamar Franco, sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, até então
ministro da fazenda, eleito depois presidente da república.
O nome “Real” foi escolhido por fazer referência à
primeira moeda do Brasil, os “Réis”, e principalmente por trazer um sentido de
realidade, ou seja, uma moeda que demonstra o real valor da unidade.
“O dinheiro, o plano real, o nosso país… Tudo isto
é representado por um papel, um papel chamado cédula, aquele que usamos todos
os dias e lutamos tanto para conseguir.”
Muitas vezes as pessoas não se perguntam o porquê
das coisas, mas devemos sempre ter em mente que em tudo há uma razão e um
motivo. Vamos analisar a composição das nossas cédulas para entendermos os seus
significados e principalmente descobrirmos quem é essa misteriosa mulher
estampada em nossas notas.
A começar pelos animais, nós
todos já sabemos que em toda nota de real há um animal estampado, os mais
populares são a arara, a onça e a garoupa. Nós vivemos com um verdadeiro
zoológico dentro da carteira, temos o beija-flor na nota de um real (nota muito
rara hoje em dia), a tartaruga de pente na nota de dois reais, a garça na nota
de cinco reais, a arara na nota de dez reais, o mico leão dourado (em extinção)
na nota de vinte reais, a onça pintada na nota de cinqüenta reais e a garoupa
na nota de cem reais. Tais animais foram escolhidos como uma homenagem á fauna
brasileira, demonstrando sua diversidade e riqueza.
Enquanto de um lado da cédula temos a estampa
dos animais que homenageiam a nossa fauna, do outro temos a imagem do rosto de
uma mulher “desconhecida.”
Se as cédulas representam a moeda, a
economia, a política e principalmente o nosso país, por que não colocar a
imagem de pessoas que revolucionaram ou contribuíram para nossa história como,
por exemplo, Dom Pedro I que emancipou o Brasil?
Vejamos por exemplo os Estados Unidos da
America, em suas notas de dólar estão estampados grandes ícones do país como George Washington, Thomas Jefferson, Abraham Lincoln,
Benjamin Franklin, etc…
No Brasil, a imagem da mulher não está
somente em uma, mas em todas as nossas cédulas de dinheiro! Por este motivo,
suponho que ela seja muito importante… Mas quem é ela afinal?
Tudo começou a partir de um acontecimento que
marcou e modificou o mundo inteiro, sendo considerado o maior acontecimento da
história nos últimos 1800 anos: A Revolução Francesa.
A revolução francesa aconteceu entre 05 de
maio de 1789 até 09 de novembro de 1799, durante este período muitos fatos
históricos ocorreram.
De forma resumida: Antes da revolução havia um regime
absolutista, onde o rei governava através de um poder supremo fazendo com que
95% da população fosse oprimida e explorada pelos seus outros 5% (Clero e
Nobreza), condenando a guilhotina ou prendendo na Bastilha aqueles que se
opunham ao governo.
A França passou por períodos revolucionários
que se iniciaram com a queda da bastilha em 1789 (prisão política símbolo da
opressão), e chegaram até o seu ápice no ano de 1793, quando a família real
francesa foi toda guilhotinada.
O fato é que o povo era oprimido e submisso,
para que a revolução acontecesse era necessário incitar o povo, era necessário
inspirá-los! Foi isso que aconteceu no dia em que uma nova perspectiva e um
novo ideal foi lançado:
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Essa
frase não lhe soa familiar? Para quem não sabe, este é o princípio básico da
maçonaria. Isso mesmo, até os livros de história admitem, foram os maçons
quem planejaram, inspiraram e contribuíram para a revolução francesa através de
seus ideais iluministas. O povo precisava de esperança, e foi exatamente isso
que a maçonaria lhes deu.
Após o triunfo da
revolução, foi criada a República Francesa, terminando com o sistema
absolutista, dando mais autonomia ao povo através de direitos sociais e com a
declaração dos direitos do homem e do cidadão.
“A revolução, os novos
ideais, as perspectivas do povo, enfim, a república, precisava de um símbolo,
de uma imagem, e assim foi criada Marianne, a personificação da república.”
“Marianne é liberdade, igualdade e
fraternidade, ela simboliza o triunfo e a república.”
Na antiguidade era comum representar ideais,
fenômenos e entidades abstratas, em deuses, deusas e personificações
alegóricas, esta prática foi menos comum na idade média, mas ressurgiu durante
o renascimento.
Esta mulher representa a razão, a nação, a
pátria e principalmente as virtudes da república.
Historiadores dizem que a razão pela qual foi
escolhida uma mulher para representar a república, foi que uma alegoria
feminina simbolizava uma ruptura com o antigo regime autocrático chefiado por
homens.
A origem do nome é um pouco incerta, mas
muitos dizem que se trata da junção dos dois nomes femininos mais comuns na
França: Mari e Anne.
Sendo assim, Marianne se tornou a Efígie da
república. Efígie significa alegoria, ou símbolo.
Chamada por uns de “Senhora da Liberdade” e
por outros de “Senhora da Maçonaria”.
Repare nas
semelhanças entre o rosto da estátua da liberdade e da mulher estampada em
nosso dinheiro, elas são a mesma pessoa, Marianne.
Quando a França
resolveu presentear os EUA em comemoração aos seus 100 anos de declaração de
independência, fez isso através da Estátua da Liberdade: uma versão maçônica de
Marianne, feita pelo maçom Frederic Auguste. Não demorou para que Marianne se
tornasse alegoria da República em todo o Ocidente, incluindo, é claro, o Brasil.
Se os americanos conseguem ver a Maçonaria na nota de um dólar, através do
“Olho que tudo vê”, nós brasileiros podemos encontrá-la em todas as nossas
notas através dela, Marianne, a Senhora da Liberdade, a Senhora da Maçonaria.
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