Advogado diz que está tomando
providências para reverter a situação (Foto: Rayssa Natani/G1)
O advogado da Telexfree Horst
Fouchs está no Acre para acompanhar o caso da empresa, que foi proibida
pela Justiça acreana de realizar novos pagamentos e adesões ao sistema na
última terça-feira (18). De acordo com ele, a empresa está tomando as 'medidas
cabíveis' para resolver o problema. A decisão judicial é válida para todo o
país.
No último dia 18 a juíza Thaís
Borges, da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco julgou procedente a medida
cautelar preparatória de ação civil pública proposta pelo Ministério Público do
Estado do Acre contra a Telexfree.
No entendimento das Promotorias de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos do MPE/AC, a Telexfree é suspeita de
realizar um esquema de pirâmide financeira usando o disfarce de empresa de
marketing multinível.
"Existem empresas de marketing
multinível já consolidadas no mercado como a Herbalife, Mary Kay e Tupperware.
Elas trabalham com esse sistema, no caso da Telexfree o interesse não é vender
os produtos, mas recrutar novas pessoas", explica a promotora de justiça
Nicole Gonzalez.
Procurado pelo G1 o
advogado da Telexfree disse que não iria se manifestar até a conclusão do caso.
"A única coisa que vou falar hoje é que as providências cabíveis estão
sendo adotadas. Essa frase é minha resposta e não posso falar nada enquanto não
finalizar", explica. Ele diz que essa resposta serve até mesmo para os
investidores que estão preocupados com a situação.
Um desses investidores é Cladston
Moura, de 38 anos, ele diz já ter investido até R$60 mil na Telexfree e está
acompanhando a situação com apreensão.
"Causa um pouco de preocupação
porque envolve justiça, mas creio que não vai prejudicar nossos serviços porque
a Telexfree até hoje não tem demonstrado que vai causar prejuízo algum a nós
divulgadores. Eles sempre postam cada vez mais motivação para a gente prestar
nosso serviço. Então, em momento algum tenho preocupação com a Telexfree, tenho
preocupação com a decisão da Justiça", conta.
Cladston Moura já investiu R$60 mil na
Telexfree (Foto: Yuri Marcel / G1)
A Telexfree está obrigada ainda a
divulgar um aviso em seu site. A multa diária em caso de descumprimento da
decisão é de R$500 mil.
De acordo com a promotora de Defesa
do Consumidor, Nicole Gonzales, o próximo passo agora é entrar com a ação
principal contra a Telexfree, o que deverá ocorrer em até 30 dias.
Sobre a Telexfree
De acordo com a promotora Nicole
Gonzalez existem duas empresas chamadas Telexfree. Uma é norte-americana e
oferece um sistema de telefonia pela internet, o VOIP (Voice Over Internet
Protocol). Nesta empresa o cliente pode comprar o serviço para fazer ligações
para telefones fixos e celulares no Brasil e outros 40 países por um pacote de
U$ 49 ao mês.
Já a Telexfree no Brasil seria o
nome-fantasia da empresa Ympactus Comercial LTDA. Essa, segundo a promotora tem
sede em Vitória (ES) e atua no Brasil desde março de 2012 e trabalha com
marketing multinível.
Segundo as regras da Telexfree
brasileira a pessoa que se cadastra como divulgador deve fazer uma postagem
diária de anúncios em sites de classificados, divulgando o produto e ganhando
uma comissão sobre as vendas. Segundo informações divulgadas no site oficial da
empresa, os contratos de divulgação têm validade de um ano e estão
classificados em:
ADCentral, de US$ 299, e promete um
ganho líquido de US$ 2.295,80; ADCentral Family, tem um custo de US$ 1.375, e
ganho líquido de US$ 11.599. O divulgador ganha US$ 20 a cada novo divulgador
que conquistar para o plano ADCentral e US$ 100 para o ADCentral Family.
Os divulgadores podem ainda cadastrar
outras pessoas como divulgadoras criando assim uma rede.
Do G1 AC
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