A Secretaria de Turismo e Lazer (Setul) realizou esta semana o
primeiro encontro do Grupo de Trabalho de Etnoturismo após o II Festival Xinã
Bena do povo Hunî Kuî, que aconteceu na Aldeia Lago Lindo, no Rio Jordão, entre
os dias 15 e 21 de maio deste ano.
Na oportunidade, os representantes de cada instituição que
compõe o Grupo de Trabalho fizeram uma avaliação sobre o festival e os
resultados conquistados depois da oficina ministrada com os indígenas daquela
região.
O Grupo de Trabalho de Etnoturismo é coordenado pela Setul e
pela Assessoria Especial dos Povos Indígenas, com o apoio da FEM, Funai, Sema,
IDM, Sebrae, lideranças dos povos indígenas e também a Secretaria de Políticas
para as Mulheres que recentemente compõe o arranjo institucional do GT.
Para a secretária da SEPmulheres, Concita Maia, a iniciativa da
Setul em convidar a instituição para compor o GT foi “um casamento perfeito”,
uma vez que a secretaria já executa ações junto às mulheres indígenas. Segundo
ela, ligar o turismo com os interesses indígenas, e tendo as lideranças
presentes às reuniões, é de extrema importância.
“A Secretaria de Turismo e Lazer está de parabéns por iniciar
este estudo junto aos parceiros e ter convidado a SEPmulheres para contribuir
nesse processo. A participação direta dos indígenas nas rodas de estudos é um
diferencial, não deixando apenas as instituições tomarem a frente, mas ouvindo
as lideranças, principais personagens do desenvolvimento do etnotuarismo”,
ressaltou Concita.
A oficina, ministrada para aproximadamente 100 indígenas dos
povos Hunî Kuî, teve a finalidade de prepará-los e qualificá-los para receber
os turistas e contou com a iniciativa da Fundação Elias Mansour (FEM) em trazer
uma consultoria especializada em capacitação de povos indígenas, dando oficinas
de etnoturismo antes do festival.
Na reunião, representantes dos povos Hunî Kuî fizeram uma
demonstração do que aprenderam nas oficinas e de que forma aplicaram os
conhecimentos durante o festival, apresentando até cartazes bilíngues para
orientação dos turistas montado por eles na aldeia.
Povo Hunî Kuî autossustentável
Para o assessor dos Povos Indígenas, Zezinho Yube Kaxinawá, toda
essa avaliação norteia os próximos passos para os próximos festivais. “A partir
de agora temos uma direção para os próximos passos de planejamento do GT, e o
festival pela primeira vez foi autossustentável, tanto ambiental quanto
financeiramente”, explica o assessor.
Um dos objetivos dos festivais indígenas, além de resgatar suas
tradições e apresentá-las aos visitante, é também gerar renda durante os dias
dos festivais para o próprio povo Hunî Kuî, tornando o evento sólido,
progressivo e sustentável.
O representante do povo Hunî Kuî, José Osair Sales, ressaltou o
sucesso da segunda edição do festival, da organização e do apoio do governo na
infraestrutura e busca de recursos para que o festival se consolide a cada ano.
“Nós, do povo Hunî Kuî, ficamos muito felizes, não somente pelo apoio do
governo e dos parceiros, mas também de termos o governador presente ao festival
juntamente com a secretária de Turismo, Ilmara Lima, e ver de perto como os
esforços empreendidos valeram a pena”, afirma.
Próximos passos do Grupo de
Trabalho
De maneira geral, a regulamentação do etnoturismo no Brasil deu
mais um passo desenvolvendo o turismo socioambiental cultural, uma vez que as
iniciativas do GT se tornaram um “projeto piloto” para a Funai, que espera
regulamentar o setor até 2015, onde já foram licitados obras de infraestrutura
e também um programa de capacitação e estudo de impactos ambientais e
culturais.
Além dessas etapas conquistadas, o GT está viabilizando um
estudo jurídico para que a regulamentação propriamente dita aconteça de maneira
célere.
Após esse processo, os representantes do GT farão um
acompanhamento dessas obras e capacitações e a preparação para o I Seminário de
Etnoturismo do Acre, que vai acontecer no segundo semestre deste ano.
A secretária de Turismo e Lazer, Ilmara Lima, comemora os
primeiros resultados visíveis das ações do GT, tendo o povo Hunî Kuî como os
primeiros a passarem pelas capacitações e qualificações. “A partir de agora
estamos mais próximos, tanto do desenvolvimento do etnoturismo do Estado quanto
contribuindo para os estudos na área em âmbito nacional”, destacou.
Ilmara também agradeceu a participação de todos os parceiros
envolvidos no processo. “Nós, da Setul e da Assessoria dos Povos indígenas, só
conseguimos êxito nas primeiras ações do GT graças à união com as lideranças
indígenas e graças à importante contribuição de todos os parceiros como FEM,
Sebrae, IDM, Sema e SEPmulheres. Contudo, o Estado já é referência na
regulamentação do turismo em terras indígenas.”
Fonte: Agência Acre
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