21 de novembro de 2012

Indígenas do Jordão participam do primeiro módulo da capacitação de agentes comunitários de saúde indígena

Um total de 62 índios de diversas etnias participaram da primeira etapa de capacitação de Acis (Foto: Onofre Brito)
A Escola de Saúde Maria Moreira da Rocha, que pertence à estrutura do Instituto Dom Moacyr (IDM), encerrou o primeiro módulo da capacitação de agentes comunitários de saúde indígena (Acis) para índios de Feijó, Tarauacá, Jordão e Marechal Thaumaturgo. Um total de 62 índios das etnias huni kuin, ashaninka e shanenawa participaram dessa primeira etapa, que durou 15 dias. O curso é oferecido graças a uma parceria entre o governo do Estado, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei).
O curso prossegue em fevereiro de 2013, com o segundo módulo, e termina em setembro, com a realização do terceiro módulo. Na próxima segunda-feira, será a vez de uma nova turma de 52 índios, de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, iniciarem o curso. Assim, em toda a região serão capacitados 103 índios. No Estado serão capacitados 300 agentes comunitários de saúde indígena.
Segundo Jozadaque da Silva Beserra, técnico em enfermagem e mediador do curso, para repassar o conteúdo do curso é utilizada linguagem simples, com recursos como imagens, porque alguns dos Acis não têm formação fundamental. A temática envolveu principalmente as doenças diarreicas agudas (ddas) e as infecções respiratórias agudas (iras), desde as definições até as maneiras de preveni-las. As aulas ocorreram no Centro Diocesano e, no período, os índios ficaram ali mesmo hospedados.
Importantes conhecimentos
“Aprendi e espero aprender ainda mais para levar para minha aldeia”, diz Tchuã, da etnia huni kuin (Foto: Onofre Brito)
“Aprendi e espero aprender ainda mais para levar até minha aldeia”, diz Tchuã, da etnia huni kuin (Foto: Onofre Brito)
O índio Delgilson Sérgio Sabóia (Tchanã Maxã), da etnia huni kuin, mora na Terra Indígena do Humaitá, situada às margens do Rio Muru, em Tarauacá. A aldeia São Vicente, onde vive, tem 96 moradores. No período chuvoso, para viajar da aldeia até Tarauacá gastam-se três dias; no verão, no mínimo seis dias de batelão. Por isso, Sabóia achou muito importante sua participação no curso, destacando o que aprendera sobre prevenção, pois, segundo ele, é muito difícil retirar alguém doente de dentro da aldeia para levar a Tarauacá. “Estou levando muitas informações novas para minha aldeia, é para a comunidade ouvir e pôr em prática. Lá tem mais diarreia e gripe, mas espero que com nosso trabalho a gente diminua cada vez mais as doenças”, afirmou.
Já o índio Antônio Paulino Sereno (Tchuã), também huni kuin, é ainda de mais longe: ele mora na primeira aldeia situada no Rio Jordão: a Novo Lugar, que tem 48 moradores. Tchuã contou que pela primeira vez sua aldeia participa de um curso dessa natureza. “Estou aqui desde o primeiro dia. Aprendi muito, especialmente sobre prevenção, e espero aprender ainda mais em fevereiro, para levar até minha aldeia. Conheci vários parentes e também fiz vários amigos”, relatou.
Fonte: Agência AC

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