A Escola de Saúde
Maria Moreira da Rocha, que pertence à estrutura do Instituto Dom Moacyr
(IDM), encerrou o primeiro módulo da capacitação de agentes comunitários de
saúde indígena (Acis) para índios de Feijó, Tarauacá, Jordão e Marechal
Thaumaturgo. Um total de 62 índios das etnias huni kuin, ashaninka e shanenawa
participaram dessa primeira etapa, que durou 15 dias. O curso é oferecido
graças a uma parceria entre o governo do Estado, a Secretaria Especial de Saúde
Indígena (Sesai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei).
O curso prossegue
em fevereiro de 2013, com o segundo módulo, e termina em setembro, com a
realização do terceiro módulo. Na próxima segunda-feira, será a vez de uma nova
turma de 52 índios, de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, iniciarem o curso. Assim,
em toda a região serão capacitados 103 índios. No Estado serão capacitados 300
agentes comunitários de saúde indígena.
Segundo Jozadaque
da Silva Beserra, técnico em enfermagem e mediador do curso, para repassar o
conteúdo do curso é utilizada linguagem simples, com recursos como imagens,
porque alguns dos Acis não têm formação fundamental. A temática envolveu
principalmente as doenças diarreicas agudas (ddas) e as infecções respiratórias
agudas (iras), desde as definições até as maneiras de preveni-las. As aulas
ocorreram no Centro Diocesano e, no período, os índios ficaram ali mesmo
hospedados.
Importantes
conhecimentos
“Aprendi e espero
aprender ainda mais para levar até minha aldeia”, diz Tchuã, da etnia huni kuin
(Foto: Onofre Brito)
O índio Delgilson
Sérgio Sabóia (Tchanã Maxã), da etnia huni kuin, mora na Terra Indígena do
Humaitá, situada às margens do Rio Muru, em Tarauacá. A aldeia São Vicente,
onde vive, tem 96 moradores. No período chuvoso, para viajar da aldeia até
Tarauacá gastam-se três dias; no verão, no mínimo seis dias de batelão. Por
isso, Sabóia achou muito importante sua participação no curso, destacando o que
aprendera sobre prevenção, pois, segundo ele, é muito difícil retirar alguém
doente de dentro da aldeia para levar a Tarauacá. “Estou levando muitas
informações novas para minha aldeia, é para a comunidade ouvir e pôr em
prática. Lá tem mais diarreia e gripe, mas espero que com nosso trabalho a
gente diminua cada vez mais as doenças”, afirmou.
Já o índio
Antônio Paulino Sereno (Tchuã), também huni kuin, é ainda de mais longe: ele
mora na primeira aldeia situada no Rio Jordão: a Novo Lugar, que tem 48
moradores. Tchuã contou que pela primeira vez sua aldeia participa de um curso
dessa natureza. “Estou aqui desde o primeiro dia. Aprendi muito, especialmente
sobre prevenção, e espero aprender ainda mais em fevereiro, para levar até
minha aldeia. Conheci vários parentes e também fiz vários amigos”, relatou.
Fonte: Agência AC
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