28 de janeiro de 2012

Projeto de apoio aos Agentes Agroflorestais Indígenas é iniciado no Acre

Comissão Pró-Índio do Acre, com o patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, realiza primeira viagem de projeto que visa promover discussões acerca do uso, manejo e conservação da agrobiodiversidade nas terras indígenas.

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Agentes Agroflorestais e membros da comunidade recebem sementes e
mudas frutíferas da equipe do projeto. Aldeia Sacado, Terra Indígena Alto
Rio Jordão – outubro de 2010.(Foto: Marcos Catelli).

O município de Jordão, no Acre, mantém praticamente toda a sua cobertura florestal preservada, com 2,1% de área desmatada, segundo dados da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA, 2009). Localizado na confluência do rio Tarauacá com o rio Jordão, é um dos mais isolados do Estado: seu acesso se dá por barco (em média, cinco dias) ou avião. Quase 40 por cento de suas terras são indígenas, além de transitarem nelas indígenas que nunca tiveram contato com o homem branco, os isolados.
Neste cenário de rica sociobiodiversidade, três integrantes da equipe do projeto “Fortalecendo as experiências Agroflorestais Indígenas no Acre”, realizado pela Comissão Pró-Índio do Acre e viabilizado pelo programa Petrobrás Ambiental, ficaram quase dois meses em terras indígenas dos Kaxinawá no rio Jordão, prestando assessoria técnica. Nestes momentos de formação à distância, quando os assessores da CPI/AC estão nas aldeias, ocorre um verdadeiro intercâmbio de experiências, onde técnicos e indígenas saem mais fortalecidos em conhecimentos. Desta vez, a troca de experiências teve uma finalidade comum: promover discussões acerca do uso, manejo e conservação da agrobiodiversidade nas terras indígenas. Durante a viagem, os membros do projeto realizaram oficinas em vinte aldeias de três terras indígenas, desenvolvendo atividades como a distribuição de sementes e mudas frutíferas, construção ou reforma de sementeiras e viveiros nas aldeias, manejo nas áreas de Sistemas Agroflorestais (SAFs), avaliação e atualização dos planos de gestão das terras indígenas e atualização de etnomapas, apoiando o trabalho dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Jordão.
Esta foi a primeira viagem, realizada entre setembro e outubro últimos, de um projeto que terá duração de dois anos. Neste período, o objetivo é atuar em quatro terras indígenas no Estado do Acre: as três terras do Jordão (Terras Indígenas Kaxinawá do Seringal Independência, Kaxinawá do Baixo Rio Jordão e Kaxinawá do Rio Jordão) e a Terra Indígena Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu, no município de Marechal Thaumaturgo, totalizando 38 aldeias. “Pretendemos fortalecer o trabalho de Gestão Territorial e Ambiental para o manejo de sistemas agroflorestais, por meio da produção de mudas frutíferas tropicais e florestais, recuperação de áreas degradadas e preservação da mata ciliar, contribuindo assim para a soberania alimentar e incremento da renda familiar das comunidades indígenas”, explica o coordenador do Programa de Gestão Territorial e Ambiental da Comissão Pró-Índio do Acre, Renato Gavazzi.

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