13 de março de 2015

Investigado na Lava Jato, Tião se defende: 'estou longe dessa podridão'

Tião Viana, governador do Acre, foi citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. (Foto: Aline Nascimento/G1)
O governador do Acre Tião Viana, em nota divulgada nesta quinta-feira (12), chamou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa de 'bandido' e afirmou que as citações do delator são mentirosas. Viana é suspeito de ter recebido R$ 300 mil do esquema, conforme Paulo Roberto e o doleiro Alberto Youssef. A abertura do inquérito foi autorizada nesta quinta-feira pelo ministro Luiz Felipe Salomão.
"A despeito de citação da minha pessoa com a tal Operação Lava Jato, eis a minha posição: estou muito longe dessa podridão", se defendeu Viana em nota. "Os dedos sujos da injúria, da calúnia e da difamação que apontam para a minha honra, não escondem a covardia daqueles que certamente não terão a dignidade de vir a público pedir desculpas quando tudo for esclarecido", complementou.
O governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o ex-governador do estado Sérgio Cabral (PMDB) também estão sendo investigados por usarem recursos desviados da Petrobras durante suas campanhas. A exemplo dos casos no Supremo Tribunal Federal (STF), os processos devem tramitar sem sigilo. A PGR, nas petições, já fez os primeiros pedidos de diligência. Governadores têm foro privilegiado junto ao STJ, e não ao STF.
O governador do Acre também anunciou que irá processar Paulo Roberto Costa por danos morais e denunciação caluniosa. "Asseguro, ainda, que nunca tive qualquer contato com nenhum dos personagens desse submundo em investigação. Ao tomar conhecimento de eventual citação do meu nome, em janeiro deste ano, prontamente requeri interpelação judicial contra o bandido Paulo Roberto Costa", afirmou.
Segundo Viana, as doações feitas pelas empresa IESA, foram legais e devidamente aprovadas no Tribunal Regional Eleitoral, em 2010. "Cabe destacar que a mencionada empresa nunca teve qualquer relação comercial ou institucional com o Estado do Acre", disse. 
O governador anseia que as acusações sejam esclarecidas. "Quanto ao sigilo de qualquer procedimento judicial, autorizo a publicidade de tudo que envolva o meu nome. Para mim, quanto mais investigação, melhor", finaliza a nota.
Entenda o Caso
O ministro Luiz Felipe Salomão autorizou, nesta quinta-feira, a abertura de inquéritos para investigar o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o ex-governador do estado Sérgio Cabral (PMDB) e o governador do Acre, Tião Viana (PT). A exemplo dos casos no Supremo Tribunal Federal (STF), os processos devem tramitar sem sigilo. A PGR, nas petições, já fez os primeiros pedidos de diligência.
Governadores têm foro privilegiado junto ao STJ, e não ao STF. Entre os envolvidos nas delações premiadas da Operação Lava-Jato, uma outra autoridade tem foro junto ao STJ: o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que exerce atualmente o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. Negromonte, porém, será investigado em inquéritos no STF, por conta da conexão a fatos supostamente cometidos por parlamentares do PP.
Na Suprema Corte, os inquéritos foram instaurados na noite da última sexta-feira. São 49 investigados, entre eles 12 senadores e 22 deputados federais. Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão na lista. O senador acreano Gladson Cameli foi um dos citados na lista divulgada pelo STF.

Do G1 AC

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