31 de maio de 2011

Hugo Brito Destaca a "Leitura, um verdadeiro ato social"

Há pouco tempo, li na internet uma afirmação categórica feita pelo multimilionário gênio da informática, Bill Gates, que, sem qualquer constrangimento, afirmou: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros".
A leitura é a porta do conhecimento; é o guia no mundo das novas perspectivas; o salvo-conduto para todo aquele que tem pendor pelo descobrir. Sem leitura não há ilustração! É óbvio que não nascemos leitores! Acredito que a leitura é uma atividade social; tornamos-nos leitores por convívio e por contato. Talvez por isso o número de pessoas que não leem aumenta a cada dia. Temos cada vez mais professores que não possuem o hábito da leitura, e por não tê-la, tentam de forma equivocada e inadequada passar para os alunos aquilo que não tem.  No entanto, se levarmos em consideração os honorários dos educadores faz-se relevante o entendimento desse aleijamento educacional, afinal, muitos professores são obrigados a conciliar o trabalho de educador com outra tarefa compensadora, chegando por fim a não sobrar tempo para dedicar-se nem mesmo a elaboração de um bom plano de aula.
Ainda como embaraço, não é muito difícil encontrar professores que, na tentativa desesperada de seguir o plano de curso imposto pela escola, obrigam os alunos que nunca tiveram contato com os livros, a ler, logo de premissa, um clássico da literatura como Dom Casmurro de Machado de Assis, causando no discente um trauma quase permanente acerca de um livro.
Como se não bastasse, os cursinhos pré-vestibulares estão fazendo com que obras literárias importantes sejam resumidas, de forma pobre e descaracterizadas, em poucos parágrafos.
Se os pais e educadores pensassem de maneira unânime a de Bill Gates, talvez o Brasil não se encaixasse no estado de penúria intelectual no qual vive hoje. 
Waldir Troncoso Peres, um dos mais brilhantes advogados criminalistas do Brasil, fez fama e legenda nas tribunas do júri, com uma retórica perfeita, imbatível, além de ideias muito bem concatenadas, ele oferece, em uma entrevista dada para o Jornal do Advogado no estado de São Paulo, uma lição de vida. Quando o jornalista afirma que o júri, hoje, é mais técnico, menos litúrgico. Os opositores – defesa e acusação – não usam da retórica com tanta pompa e circunstância, e pergunta para Waldir o que mudou ao longo dos anos, este afirma: “Penso que se criou uma nova civilização em que se lê muito pouco. Nos meus tempos de estudante, nosso divertimento era sentar num bar e fazer concurso para ver quem sabia mais poesia de cor. Quem não lesse no meu tempo, quem ficasse só estudando Direito era ignorante. E a mocidade de hoje, em termos de leitura me parece que esqueceu um pouco de que esse é um dever do advogado.
Por tanto, é preciso muita leitura para construir uma sociedade inteligente, culta e capaz de conduzir o Brasil a um destino melhor.
Não basta tecnologia de ponta, o Brasil precisa de valores humanos e a melhor forma de conquistá-los é através da leitura.

                                                                                                                                                 Hugo Brito
Jordão-AC, 31/05/11

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