Mutirão de
Cidadania atendeu quase 3 mil pessoas no Jordão em abril deste ano (Foto:
Sérgio Vale/Secom).
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Distante cerca de 450 quilômetros da capital Rio Branco, Jordão é
considerado um município de difícil acesso. A principal fonte de sobrevivência
dos sete mil jordanenses é a agricultura familiar.
Para chegar ao município só há duas formas:
transporte fluvial ou aéreo em aviões de pequeno porte. Junto com as
dificuldades de acesso estão os problemas da comunidade em receber as políticas
públicas.
Os anúncios na rádio local ainda são a
principal forma de comunicação, principalmente para os moradores da zona rural
do município. “Eu fiquei sabendo que ia ter um mutirão de atendimento no
programa da rádio. Já comecei a organizar a família”, relatou o agricultor
familiar Valdemir Moraes.
Pai de oito filhos, Moraes esperava havia
muito tempo pelos atendimentos de cidadania, pois nenhum deles tinha documento
pessoal ainda. “Fiz questão de as minhas filhas mais velhas tirarem a carteira
de identidade, o CPF e o título de eleitor”, contou.
O mutirão de atendimento faz parte do Projeto
de Fortalecimento da Cidadania de produtores e produtoras rurais do Acre, onde
instituições parceiras se unem com o objetivo de fortalecer a autonomia das
mulheres e homens produtores rurais e atendem também demandas sociais.
Os serviços de intervenção social são
realizados pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Política para as
Mulheres (SEPMulheres), que encaminha as demandas identificadas no projeto às
instituições responsáveis
Sanaira, 11,
ao lado do pai na casa de passagem em Rio Branco, aguardando retorno para o
Jordão (Foto: Diego Gurgel/Secom).
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Foi em uma demanda de inclusão que a equipe social da SEPMulheres
atendeu Sanaira Morais, de 11 anos de idade, portadora de uma doença pulmonar
crônica. Após o atendimento, Sanaira teve seu processo de tratamento de saúde
reativado e já realizou uma cirurgia de retirada do pulmão direito e fará
acompanhamento semestral na cidade do Rio de Janeiro, encaminhada pelo
Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
“No Acre não há especialista para a doença da
Sanaira. Encaminhamos o caso dela ao TFD, que agilizou o processo. Hoje ela se
recupera com todo o acompanhamento da rede”, disse a assistente social da
SEPMulheres Rita Mota.
A edição do projeto no Jordão foi realizada
em abril deste ano e atendeu mais de 2.700 pessoas. Foram emitidos 1.584
documentos.
Ludmilla Santos – Agência de Notícias do Acre
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