1 de setembro de 2011

Como crescer em uma terra onde o solo não é fértil por falta de irrigação política e social - Hugo Brito

Turma jovem de Jordão, nós estamos demasiadamente acomodados e acostumados aos movimentos, sempre com destino certo, da política deste município. Todo mundo sempre reclamando de voz baixa como se indignar-se fosse uma atividade inconstitucional e, por isso, errada. Confesso está terrivelmente temeroso com aquilo que nos tornamos ou estamos nos metamorfoseando, achando bonita a ignorância eloqüente de muitos políticos ávidos por mais poder.  Acostumamo-nos e até rimos com o cinismo bem-vestido.

O banditismo arrojado, travestido em representante do povo, passa em proximidades eleitorais a nos parecer interessante. Chega de narcisismos! É preciso duvidar desses transeuntes que em épocas eleitorais apertam nossas mãos sem o rubor nas faces causado pelo pejo. Indivíduos que não se envergonham pelo ato avesso ao decoro. 

Temos que ter vergonha de nossa frivolidade, da nossa falta de garra, das nossas desilusões e do nosso cansaço. Jovens, é preciso que nos envergonhemos de nossa passividade em apenas ouvir, sem despejar nossos verbos a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido. Temos que ter bastante cuidado para que nossas posturas mudas não estejam contribuindo para a criação de caminhos eivados de desrespeito com a dignidade humana. Abramos, pois, os olhos! E sejamos, pois, uma juventude erudita; com instrução vasta e variada, para que nossa retidão não permita que sejamos calados diante de falsas palavras e promessas irrealizáveis.

Como acréscimo reflexivo, deixo as eternas palavras daquele, que ao menos foi para mim, um homem que pontificou no plano da elaboração mental e adentrou todas as profundezas da alma, Ruy Barbosa:

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.”
  
Por Hugo Brito
Jordão – Ac.

Um comentário:

comentario disse...

poxa Hugo, seria bom que todos os jovens jordanenses tivessem a mesma visão que vc. não se cale jamais, suas colocações refletirão por muito tempo, pode apostar.. boa sorte ! abraços !!!