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De acordo com Simone, ela e outros 52 estudantes que fizeram o curso tiveram seus certificados apontados como falsos (Foto: Willamis França/ ContilNet Notícias) |
Ex-alunos da Faculdade de Teologia Batista
Betel (FTBB) procuraram a reportagem da ContilNet Notícias para fazer graves
denúncias. De acordo com o grupo de alunos, são diversas as irregularidades que
estão acontecendo na faculdade.
Simone da Silva Pinheiro, que ingressou na
faculdade em 2009 para cursar uma licenciatura em pedagogia a fim de tentar um
concurso público junto ao Estado, teve seu sonho transformado em pesadelo.
De acordo com Simone, ela e outros 52
estudantes que fizeram o curso tiveram seus certificados apontados como falsos,
por advogados, em uma longa disputa jurídica. Simone, que prestou concurso
público e ficou na 12ª colocação, concorrendo com 1.777 candidatos, foi
aprovada e convocada a assumir a vaga como pedagoga.
Ela afirma ter passado em todos os certames e
gastado em torno de R$ 1500 no processo. Após a aprovação no concurso, ela foi
lotada na escola Ilca Maria de Lima, em 10 de fevereiro deste ano. A escola
fica próxima à sua residência, no bairro Mocinha Magalhães. Simone conta ao
jornalismo da ContilNet, com alegria, a convivência que teve com os alunos da
5º série do colégio onde lecionava.
Ela, que escolheu ser professora por amor à
profissão, conta com riqueza de detalhes como tudo aconteceu. Segundo ela, no
dia 18 de fevereiro às 16:30 horas, a Secretaria de Gestão e Administração do
Estado (SGA) entrou em contato para informar que ela mesma havia desobedecido
normas do edital.
Ao se
apresentar na SGA, Simone foi informada que não tinha licenciatura em pedagogia
e, sim, bacharelado. Neste momento, se iniciou o pesadelo de Simone. Ela
procurou a faculdade para informar o ocorrido e recebeu a garantia de que a
situação seria resolvida na mesma semana, pois algum equívoco havia acontecido.
A faculdade contratou um advogado, que entrou
com um mandado de segurança para manter a professora em sala de aula, mas, no
dia 28 do mês de maio, ela foi condenada a sair de sala de aula pelo Tribunal
de Justiça, pois foi verificado que o certificado recebido pela Faculdade de
Teologia Batista Betel (FTBB) era realmente falso.
Não bastasse o sufoco ao Simone receber a decisão
de afastamento da sala de aula, ela comentou com o pastor que, se não fosse
resolvido nada, ela procuraria a imprensa para denunciar o caso. Depois disso,
ela e uma amiga receberam uma proposta de R$ 1.000 para não procurar a
imprensa.
"Uma amiga aceitou o dinheiro, mas, R$ 1000
não vai pagar meu sonho de voltar à sala de aula", comenta Simone.
Ela diz que a
faculdade oferece o curso de licenciatura em pedagogia, mas, na verdade, só
certifica o bacharelado, o que não é repassado para os alunos da instituição,
que além disso, não é reconhecida pelo MEC, segundo a denunciante.
Alguns dos alunos não precisaram estudar os três
anos da licenciatura em pedagogia, pois já tinham cursos anteriores, como é o
caso de Simone, que afirma se sentir lesada “com tamanha falta de compromisso
com a verdade, na hora de seu ingresso na faculdade”.
Ela afirma que o pastor Francisco Albino de Souza,
diretor-executivo e proprietário da faculdade, “tinha o costume rotineiro de
passar por todas as salas de aulas, afirmando que o curso tinha reconhecimento
pelo MEC”.
Raquel Elias da Rocha, que também foi lesada pela
faculdade, denuncia que 52 pessoas, somente em sua turma, estão na mesma
situação.
"Tínhamos que pagar R$ 200 de mensalidade e
passar por provações; tive que levar meu filho aos sábados para a faculdade,
fiz todos os trabalhos e, agora, simplesmente não vale nada", conclui
Raquel.
O pastor, segundo a denunciante, também goza da
“fama de marqueteiro da faculdade e tem como costume passar em salas de aula
mostrando o certificado que a faculdade oferece, afirmando ter validade”.
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